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1. The Great Green Wall (O Grande Muro Verde) – Africa
Em uma das regiões mais pobres do planeta, o Sahel, localizado na margem sul do Deserto
do Sahara, mais de 100 milhões de habitantes já enfrentam os efeitos da mudança do clima,
sofrendo com a seca, a falta de alimentos e conflitos gerados pela escassez de recursos naturais.
Por isso, é estimado que cerca de 60 milhões de pessoas migrem de áreas degradadas da África para
a Europa em 2020.
Com o objetivo de reverter esse quadro, em 2007 surgiu a iniciativa The Great Green Wall, que reuniu
20 países parceiros em torno de uma missão: plantar uma barreira gigante de árvores para conter a
expansão do Deserto do Sahara. A ideia é que essa barreira cruze todo o continente, do Senegal ao
Djibouti, atingindo 8.000 km de comprimento e 15 km de largura.
Os países envolvidos pretendem, com o apoio da comunidade internacional, restaurar 500 mil quilômetros
de terra e criar 350 mil empregos. Mas, mesmo com os avanços de países como o Senegal, que já plantou
aproximadamente 11 milhões de árvores, serão necessários esforços para financiar todo o projeto, que
tem um custo estimado de US$ 8 bilhões.
Apesar dos desafios, consequências positivas já podem ser vistas por moradores e especialistas desde o
início do plantio das árvores. Impactos na temperatura, redução da erosão do solo e o reaparecimento de
espécies animais trazem mais estabilidade para os moradores da região, levando esperança também a outros
lugares em que as condições ambientais se tornaram desafiadoras.
2. Hywind: O primeiro parque eólico flutuante do mundo – Noruega
Mesmo cobrindo 70% da superfície do mundo, o oceano ainda é subutilizado para a geração de energia e para
o crescimento econômico. Pensando no potencial para aproveitamento econômico dessa área, a empresa petrolífera
Statoil, da Noruega, desenvolveu turbinas eólicas em estruturas flutuantes, dando origem ao primeiro parque
flutuante do mundo.
A empresa, buscando responder aos desafios trazidos pelo aquecimento global, procura diversificar a sua matriz
energética, investindo também em energias renováveis. Assim, pretende abrir novas portas para a geração eólica
offshore no mercado, oferecendo uma fonte de energia de grande potencial que pode ser utilizada em várias
regiões litorâneas.
Atualmente, 5 turbinas, cada uma com 253 metros de altura e 78 deles abaixo da água, compõem o parque,
que está localizado a 25km da costa da cidade de Peterhead. O parque é capaz de fornecer energia para
20.000 casas, mas a expectativa para o futuro é que parques maiores, com entre 50 a 100 turbinas, sejam
construídos.
3. Liuzhou: A “cidade floresta” – China
Até 2020, a China irá abrigar a primeira “cidade floresta” do mundo. Na região montanhosa de Guangxi, localizada
ao sul do país, uma área de 175 hectares se transformará em um projeto do arquiteto italiano Stefano Boeri, que
planejou uma cidade verde com casas, escritórios, escolas e hospitais cobertos por mais de 100 espécies vegetais.
Além de mais de 40 mil árvores e mais de 1 milhão de plantas distribuídas pelos parques, jardins, ruas e fachadas,
a cidade será autossuficiente em energia, utilizando energia geotérmica para o funcionamento de ares-condicionados
interiores e painéis solares nos telhados dos edifícios para a geração de eletricidade. Após a construção da cidade,
que acolherá 30 mil pessoas, é estimado que ela absorverá cerca de 10 mil toneladas de CO2 e, a cada ano, cerca de
57 toneladas de outros poluentes.
O projeto visa construir uma área urbana realmente sustentável, combinando a autossuficiência energética e o uso
da energia sustentável com o aumento da biodiversidade e a redução da poluição. Nela, será possível reduzir a
temperatura média do ar, criar barreiras sonoras e, ainda, abrigar espécies de pequenos animais que habitam a
região de Liuzhou.
4. Cidade de Masdar – Abu Dhabi
Em 2008, um projeto ambicioso surgiu em Masdar, localizada em Abu Dhabi, um dos sete emirados dos Emirados
Árabes, com o objetivo de torná-la a cidade mais sustentável do mundo. Técnicas da arquitetura árabe tradicional
aliadas às novas tecnologias deram vida a uma cidade de design inovador, com construções feitas a partir de
materiais sustentáveis e que são abastecidas por energias renováveis, como a solar.
A cidade, projetada para reduzir o consumo de água e energia em 40%, irá crescer até ser capaz de abrigar 40.000
moradores e 50.000 visitantes todos os dias, que irão estudar e trabalhar no local. Áreas residenciais, culturais,
comerciais e de lazer serão construídas para torná-la independente de outras regiões.
A tecnologia empregada e o design da cidade a tornam 10 graus mais fresca que outras regiões de Abu Dhabi,
trazendo mais conforto aos seus moradores mesmo nos períodos de verão mais intenso. Transportes inteligentes
também fazem parte de sua rotina: carros elétricos ficam disponíveis para facilitar o acesso aos estabelecimentos
de Masdar.
5. Terra e preservação: combate à pressão da mudança do clima na bacia de Martha Brae – Jamaica
Cockpit Country, na Jamaica, abriga uma das últimas áreas selvagens do país. Com mais de 200 km quadrados
de reserva florestal, a região possui uma topografia única e grande variedade de espécies nativas, o que revela
a sua importância global. Nessa região, a bacia hidrográfica Martha Brae abriga diversas comunidades que têm
como meio de subsistência os recursos naturais de Cockpit Country, entre eles a água dos rios, usada em residências
e para irrigação.
Porém, problemas ambientais ameaçam o sustento de comunidades como a Bunkers Hill, de aproximadamente 2.000
habitantes, que sofre com inundações constantes. A erosão do solo, danos às áreas agrícolas locais e à
infra-estrutura são algumas consequências desses eventos, capazes de trazer sérias consequências para o
trabalho dos agricultores.
Para reverter esse quadro, o país adotou um projeto de adaptação que tem como objetivo reforçar as encostas
dos rios de Cockpit Country, reduzindo o número de inundações na região e, consequentemente, evitando a perda
de terras agrícolas. Além disso, o projeto também busca fortalecer recursos comunitários, como as terras de
cultivo e pontes, para torná-los mais resistentes à inundações e à erosão.